Cirurgia Plástica Pós-Obesidade

A Obesidade é reconhecida hoje como importante problema de saúde pública. É uma doença crônica, progressiva, geneticamente relacionada e caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura e desenvolvimento de outras doenças.

A cirurgia plástica pode ter inúmeros fins além da estética e do bem-estar. Em casos de grandes perdas de peso, ela é necessária para corrigir excessos que ficam após a cirurgia bariátrica. Após esta cirurgia, é possível que ocorram excessos de pele em determinadas partes do corpo, gerando desconfortos físicos e emocionais.

Cirurgia Pós-Obesidade.

A obesidade pesa não só na balança, mas também no bolso. De acordo com o estudo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, os obesos mórbidos geram gastos adicionais à família que chegam a 44% do orçamento – dinheiro que vai para pagar médicos e remédios. A pesquisa também revelou que 91% dos obesos mórbidos têm outros problemas de saúde. Os mais comuns são hipertensão, doenças vasculares e nas articulações, além de depressão.

A cirurgia bariátrica é o método mais eficaz no tratamento da obesidade mórbida e controle do peso a longo prazo. As cirurgias antiobesidade podem ser procedimentos que limitam a capacidade gástrica, ou que interferem na digestão ou, ainda, uma combinação de ambas as técnicas.

A maneira mais objetiva para classificar a obesidade é o Índice de Massa Corpórea (IMC). Pessoas com IMC acima de 40 são portadoras de obesidade mórbida. As principais indicações para a cirurgia bariátrica são: obesos com IMC maior que 40 kg/m² ou IMC acima de 35 kg/m², associado com doenças clínicas descompensadas pela própria obesidade.

Após o emagrecimento as pacientes começam com prejuízos na postura e ao equilíbrio causados pelo excesso de pele. Depois, podemos citar os problemas de integração social e de relacionamento sexual. Acentua-se o incômodo causado pelas dermatites localizadas nas dobras de pele.

Um questionamento muito comum que surge após a realização da cirurgia bariátrica é sobre a necessidade da realização de uma cirurgia plástica para retirada do excesso de pele da paciente.

É preciso observar cuidadosamente a paciente, antes da realização da cirurgia plástica.  Aquelas que apresentam um quadro de depressão ou algum outro tipo de problema requerem mais atenção. Geralmente, pacientes que foram assistidos por uma equipe multidisciplinar estão melhores preparadas para a etapa da plástica.

A cirurgia plástica deve ser feita quando o objetivo da perda de peso estipulada pelo cirurgião bariátrico for atingido ou quando ocorreu a estabilização do peso da paciente. A estabilização do peso ocorre geralmente entre 01 e 02 anos após a cirurgia bariátrica. Ainda assim, o cirurgião plástico deve selecionar as pacientes que estejam com IMC abaixo de 30. Quando o IMC estiver acima de 30, a cirurgia só deve ser feita se houverem razões fortes, como por exemplo, quando a sobra de pele e o excesso gorduroso prejudicam a locomoção da paciente.

O melhor momento para se submeter a este tipo de cirurgia plástica é quando a paciente estabiliza seu peso, com a alimentação considerada normal para ela depois da cirurgia bariátrica. Ou seja, quando a paciente pára de emagrecer é o momento certo para fazer a cirurgia plástica da obesidade. O IMC dentre outros indicadores, ajuda a determinar o peso ideal não só para realizar a cirurgia plástica com sucesso, mas também para proporcionar qualidade de vida a esta paciente. Para definir o melhor momento é fundamental também uma avaliação clínica e psicológica detalhadas. Tais pacientes estão mais sujeitos à alterações como anemia e distúrbios metabólicos do que a população em geral. Além disso, quadros como depressão, alcoolismo e uso de drogas também podem estar presentes.

Em geral, estes pacientes vão ser submetidos a mais de um procedimento. As cirurgias mais procuradas são a dermolipectomia (para corrigir o abdômen em avental), a cirurgia para correção da ginecomastia, a braquioplastia (para retirada dos excessos dos braços), a cirurgia das coxas, a lipoaspiração e a elevação facial, que serão feitas de maneira isolada ou em combinações, dependendo de cada caso, e, visando, principalmente a segurança da intervenção. Retoques posteriores, muitas vezes, são necessários.

A primeira e mais recorrente queixa das pacientes que se submeteram à cirurgia bariátrica é a da formação de um avental de pele sobre o abdômen, provocado pela flacidez do tecido cutâneo. Depois, aparecem outras necessidades, como cirurgias plásticas das coxas, braços e tórax que, de certa forma, complementam a cirurgia de abdômen. Geralmente, este avental, formado pelo excesso de pele, vai até a região pubiana e em casos mais acentuados pode chegar até meio das coxas. Este excesso de pele provoca um desequilíbrio no corpo, que é compensado pelo desenvolvimento da musculatura e pelo reposicionamento da coluna.

O custo deste procedimento pode variar de paciente para paciente, dependendo de vários fatores, como tipo de correção, tempo de cirurgia e taxas hospitalares. Uma cotação detalhada será fornecida durante sua consulta.

Para cada paciente há uma resolução cirúrgica e recomendações distintas no período pós-operatório.

De uma maneira geral, a primeira semana é a mais importante, pois hemorragias, infecções, necroses e edemas podem ser evitadas simplesmente com repouso e curativos adequados.

Alguns cirurgiões não fazem uso de drenos, outros usam pequenos drenos que são retirados 24 a 48 horas após a cirurgia, e ainda existem cirurgiões plásticos que preferem deixar drenos por 07 a 10 dias, principalmente após as dermolipectomias. Após a primeira semana, o repouso ainda é importante para evitar a formação de seroma – líquido formado por extravasamento linfático e tecido gorduroso liquefeito. O seroma, quando detectado deve ser puncionado e assim não acarretará problemas.

Somente após 1 mês após a plástica há liberação para fazer caminhadas, dirigir, trabalhar, para alguns exercícios físicos e até para a retomada das relações sexuais, desde que a paciente seja bem orientada. Até os três meses, costumamos recomendar o uso de cintas e faixas, pois o alargamento de cicatrizes ainda pode ocorrer.

Protetores solares fator 50 (ou ainda maiores) devem ser utilizados, sempre, até o clareamento das cicatrizes, que ocorre geralmente por volta dos 06 meses após a cirurgia plástica.

Rolar para o topo